PoetriX & PoemínimoS
Fim
Às vezes não resta nada.
Só a vida entreaberta
por trás da porta fechada.
Teatral !
Funciono assim, sem aviso!
Às vezes saio de cena
e, de repente, improviso.
Reflexo
Na poça da rua,
um ramo de flores.
Jardim na lua.
Borboleta na janela...
Daria um bom poetrix!
Mas o verso (e as asas dela)
me escaparam... por um trix
!
Opostos
os meios
se atraem
inteiros
“Terceto de quatro folhas”
Pra tarefa desse porte
me a_Trevo
a contar com a sorte!
Taciturnamente
Era um pensamento tão escuro
que quem olhasse diria
ser feito de silêncio puro.
Con_textura
Uma palavra torcida
com trama (a)fiada
se tece entre nós
Inverno
N
a tarde
que venta fria
até o lago se arrepia
Inarticulado
Um pensamento embargado
gritava palavras
ainda engasgadas de silêncio.
Imprevisto
Entre páginas antigas,
uma pétala seca
floresce lembranças...
Estrela cadente
Adorno
no colo do céu
pingente
Dia_logo
Conversa clara na sala:
o chão ouve
e o sol fala.
Acústico
O eco de uma palavra
desfez-se em silêncios
ainda gritantes de espanto
Na ponta do lápis
Desenho
palavra
e voo...
Circo
Pra não ter que presenciar o ensaio,
quando o palhaço entra no picadeiro,
eu saio.
Canção de acordar
Passarinho e claridade
aromam de riso e café
o dia que tudo invade...
(in)transparência
o frio na vidraça
e aqui dentro um suspiro
a paisagem embaça...
Parodiando Leminski
Tenho até medo do dia
quando tudo que eu diga
vire pó (e não poesia)
EfeiTo
Acostumou-se tanto a calar
que já começava a gostar
de pensar silêncios.
Sol (a) posto
Um erro e tudo vai mal.
Entra areia na paisagem
que se acaba em por de SAL ...
Insônia
No escuro castigo
até o silêncio
grita comigo.
Ltda.
A palavra limitada.
Como eu, sem você.
Abreviada.
Depois da chuva
Poça na rua.
Um passo descuida
e pisa a lua.
A(normal)idade
É mesmo uma anomalia
correr-trabalhar-viver
e ainda pensar poesia!
Tela
Nas cores daqui
persiste a memória
dos sonhos Dali...
Retrato
Uma saudade
que a memória
(e)moldura...
Obviedades
O que vem
depois do vinho,
adivinho.
Quatro estações
Outonos invernos
ainda me verão
primavera...
Saudade
Olhos de mãe
soluçam ausências
na Praça de Maio...
Melodia
Gotas de brilho e som.
A chuva lava, alegremente,
o silêncio do jardim...
Tic, tac!
E esse tempo safado
que quando eu mal viro as costas,
faz tudo virar passado?
É gramático !
Acentos agudos
sobre ideias átonas,
me deixam a paciência circunflexa.
Trens...
Trilhos do tempo.
Dormentes lembranças
comboiam saudades...
Colheita
Palavras e atos
são sementes.
Não haverão flores, se
_
mentes...
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